Epidemia vai aumentar nos próximos 15 dias, mas “número de infectados é normal”, diz a DGS
O Ministério da Saúde pode hoje avançar com novas medidas logísticas de combate à epidemia da gripe. Os centros de Saúde de Lisboa já alargaram horários e a Linha de Saúde 24 reforçou a equipa em 70%.
A actividade epidémica nos casos de gripe em Portugal era ontem considerada “moderada”, mas está a traduzir-se numa “procura intensa” dos serviços, disse ao JN Mário Carreira, coordenador do dispositivo da Direcção Geral de Saúde (DGS) que monitoriza a afluência às urgências. Essa profusão de utentes nos hospitais e centros de saúde deverá aumentar nos próximos dias – por uma razão principal: o país entra agora no pico da epidemia gripal, que deverá verificar-se durante esta semana e a próxima.
Perante este quadro, a ministra da Saúde, Ana Jorge, vai reunir-se hoje com responsáveis da DGS e das Administrações Regionais de Saúde (ARS). “O objectivo é fazer um balanço da situação e avançar com novas medidas, caso se justifique”, disse fonte ministerial.
Apesar disso, “o número de infectados é considerado normal para esta época do ano”, revela o responsável da DGS, que faz uma comparação entre 2008 e 2005: “Na semana passada a média de casos de gripe era de 65 por cada 100 mil habitantes; há três anos chegamos a ter 163 casos por cada 100 mil. Estamos, como se vê, com números muito moderados”.
Linha 24 reforça equipa em 70%
“O número de infectados é normal”, concorda Sérgio Gomes, enfermeiro coordenador da unidade de emergência da linha de atendimento Saúde 24. Anormal é o volume de chamadas recebidas naquele serviço: a média anual é de 1500 chamadas/ dia, mas na semana passada subiu para 1800/ dia. Ontem houve um pico: às 18horas, os profissionais da linha já tinham ultrapassado esse número. “Devemos chegar às três mil pessoas” (destas, apenas 3% são casos de gripe).
Tamanha abundância motivou um reforço de equipa da Saúde 24 em 70%- de 35 pessoas para 60. O atendimento manteve-se consequentemente: o tempo de espera máximo foi, ontem, de 90 segundos.
Urgências são zonas de contágio
Entretanto, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo anunciou que os seus centros de saúde estão, desde ontem, preparados para alargar horários de atendimento e reforçar equipas, mas só “excepcionalmente e caso seja necessário”.
Face à epidemia, o Ministério da Saúde recomenda o recurso à Linha de Saúde 24 (808 24 24 24) e, preferencialmente, aos Centros de Saúde nos casos de apresentarem os típicos sinais de virose (febre acima dos 38 graus, tosse seca, mialgias súbitas). O Ministério relembra que as “urgências [dos hospitais] são zonas de propagação de vírus, verdadeiras zonas de contágio. Apenas idosos, crianças e grupos mais vulneráveis, com dificuldades respiratórias, devem recorrer às urgências”.
Procura a diminuir
A procura dos serviços de urgências, entretanto, já diminui: na sexta-feira atingiu o máximo do ano (37 mil atendimentos); anteontem, esse valor já ficou abaixo dos 30 mil casos.
Fonte: Jornal de Notícias, 29 de Dezembro de 2008
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