domingo, 15 de fevereiro de 2009

Cancro

Cancro...




A própria palavra cancro ainda assusta muita gente, isto porque ainda existem muitas idéias erradas sobre a doença e, infelizmente, a maioria das pessoas ainda pensa que cancro é sinónimo de morte. A palavra cancro tem origem latina e significa, literalmente, caranguejo.


Tem esse nome, pois as células doentes atacam e se infiltram nas células sadias como se fossem os tentáculos de um caranguejo. Até hoje há quem evite pronunciar a palavra “cancro” e atribui à doença alguns, digamos, apelidos. Portanto, parece-nos que própria palavra cancro já traz em si alguns mitos. Muitas vezes uma má interpretação de factos relacionados ao cancro ou uma generalização de um caso isolado da doença assim como especulações acabam por fazer com que ideias e até mesmo crenças se apresentem como verdades. Vejamos, a partir de algumas dúvidas comuns, o que é mito e o que é verdade em relação ao cancro.



O cancro é contagioso?


Mito. Mesmo o cancro causado por vírus não é contagioso, ou seja, não passa de uma pessoa para a outra por contágio como ocorre com resfriados, por exemplo. No entanto, alguns vírus oncogénicos, isto é, capazes de produzir cancro, podem ser transmitidos através do contacto sexual, de transfusões de sangue ou de seringas contaminadas utilizadas para injectar drogas.


Desenvolver um cancro é um castigo?


Mito. Há várias causas para o cancro, sobretudo tabagismo, consumo exagerado de álcool, maus hábitos alimentares, sedentarismo que são os principais responsáveis pelos casos de cancro.


Pessoas na minha família tiveram cancro, terei também porque o cancro é hereditário?


Mito. Em geral, o cancro não é hereditário. Há apenas alguns raros casos que são herdados, tal como o retinoblastoma, um tipo de cancro de olhos que ocorre em crianças. Entretanto, existem alguns factores genéticos que tornam determinadas pessoas mais sensíveis à acção de carcinógenos, isto é, agentes que provocam o desenvolvimento de um cancro ou tumor maligno no organismo, o que explica por que algumas delas desenvolvem cancro e outras não, quando expostas a um mesmo carcinógeno ambiental. Mas, repetimos: o cancro não é comprovadamente hereditário.


Pessoas afro-descendentes não correm risco de ter cancro de pele?


Mito. Qualquer pessoa pode ter cancro de pele, no entanto aquelas com maior concentração de melanina na pele, como as pessoas afro-descendentes, apresentam menor incidência de tumores de pele. Embora seja raro, podem ter cancro de pele, principalmente na palma das mãos ou na planta dos pés. Por isso, todos devem proteger-se do sol usando chapéus e filtros solares adequados.


Cancro de pele é mais comum em pessoas com idade acima de 40 anos?


Verdade. Os efeitos nocivos do sol são acumulativos, por isso é comum que o cancro de pele e suas lesões apareçam após os 40 anos.


Charutos e cachimbos provocam menos cancro de pulmão que cigarros comuns?


Mito. Tanto os cigarros como os charutos e fumo para cachimbos consistem em folhas de tabaco secas, além de outras substâncias. Dentre aquelas já identificadas no tabaco e na sua fumaça, 43 são comprovadamente cancerígenas. Como há mais fumantes de cigarros do que de charutos e cachimbos, a ocorrência de cancro por cigarro é maior, no entanto charutos e cachimbos são igualmente perigosos.


O tabaco causa apenas cancro de pulmão?


Mito. O hábito de fumar é a principal causa do cancro de pulmão, laringe, faringe, cavidade oral e esôfago. Também contribui para o surgimento do câncer de bexiga, pâncreas, útero, rim e estômago, além de algumas formas de leucemia.


A destruição da camada de ozónio aumenta as chances de se desenvolver algum tipo de cancro, principalmente o cancro de pele?


Verdade. Com a destruição da camada de ozónio, os raios UV-B e UV-C aumentam sobre a Terra. Os raios UV-B estão directamente relacionados ao surgimento do cancro de pele e os raios UV-C são potencialmente mais carcinogénicos do que os UV-B.


A maior incidência de cancro de pele ocorre na cabeça, no rosto e no pescoço?


Verdade. Isto porque estas são as áreas mais expostas à radiação.


O cancro tem cura?


Verdade. Embora a medicina indique, sempre, o tratamento individualizado e cada paciente responda de uma maneira particular às terapias, o cancro é curável, desde que diagnosticado precocemente e acompanhado correctamente.


Andar muito de avião ou ficar sempre perto de antenas de celulares aumenta o risco de desenvolver cancro?


Mito. Não há nenhuma comprovação científica de que radiação de celulares, microondas, aviões possa causar tumores. Telefones celulares emitem doses pequenas de radiação electromagnética. Até o momento, os estudos feitos para determinar a relação dessa radiação com o aparecimento de cancro não mostraram nenhuma evidência de que isso ocorra, mas o assunto permanece “em aberto” e mais pesquisas são necessárias para se chegar a uma conclusão. Convém ressaltar que radioactividade em altas concentrações representa riscos para desenvolver um cancro.


Alimentos cozidos em forno de microondas podem provocar cancro?


Mito. As microondas não tornam o alimento radioactivo, nem apresentam risco de exposição à radiação desde que usadas de acordo com as instruções. A exposição a altas doses de radiação por microondas pode ocasionar queimaduras ou cataratas nos olhos, mas a pequena quantidade que pode vazar de um forno caseiro não causa problemas.


O cancro de próstata causa diminuição de virilidade?


Mito. O toque retal não afecta o desempenho sexual de quem é submetido ao exame. Se a doença for descoberta ainda no início, o tratamento não influenciará a actividade sexual do paciente. Portanto não haverá riscos de perda de apetite ou desempenho sexual.


Um paciente com cancro de próstata pode ter perda da masculinidade?


Mito. A única alternativa médica possível para verificar se a próstata está normal ou se há alterações é realizar o exame de toque retal (pois o reto é a via natural de acesso à próstata por ter sua parede ligada a esse órgão). O exame em nada influência a orientação sexual do paciente.


A frequência sexual interfere na ocorrência de cancro?


Mito. Imaginar que uma vida sexual mais ou menos activa influencia a ocorrência da doença. Especialistas afirmam que não há relação alguma entre a frequência sexual e o surgimento de cancro. Cabe aqui informar que a actividade sexual não ajuda a proteger as mamas contra o cancro. O que pode protegê-las contra doenças mamárias é a gravidez e a lactação.


Amamentar protege o peito do cancro de mama?


Mito. Quando o bebé mama, as células mamárias ficam ocupadas com a produção de leite e se multiplicam menos, o que reduz o risco de contrair a doença.


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