Investigadores dos Estados Unidos e Inglaterra usaram uma planta infectada com um vírus, geneticamente modificado, para sintetizar uma proteína que impede a infecção das células pela Sida.
Esta descoberta permitirá a produção em larga escala de uma substância que poderá ser usada num gel eficaz evitando a transmissão do vírus pelo contacto sexual. A proteína estudada foi a griffithsina (GRFT), isolada da alga vermelha Griffithsia. Contudo, o processo de extracção e produção laboratorial é caro, o que dificulta a sua utilização.
A alga vermelha Griffithsia corallinoides
A equipa de investigação, liderada por Kenneth Palmer, da Escola de Medicina da Universidade de Louisville, Estados Unidos, encontrou a solução, usando a planta Nicotiana benthamiana, para sintetizar uma proteína idêntica à griffithsina. O grupo modificou o vírus mosaico do tabaco com um gene da proteína.
Estas plantas modificadas acumularam 1g de proteína recombinante, num Kg de folhas. Esta taxa de expressão da proteína é significativamente mais elevada do que a obtida por meio de microrganismos ou do que os níveis de outras proteínas de prevenção da Sida, produzidas a partir de plantas. Essa taxa é suficiente para a produção de microbicidas em larga escala e a baixo custo.
Para inibir a transmissão da Sida, a proteína liga-se a moléculas de açúcar que o vírus usa para se "disfarçar" no sistema imunitário. Dessa forma, impede a interacção do vírus com as moléculas CD4 (presentes na superfície de alguns linfócitos) com receptores que permitem a entrada do vírus nas células humanas.Os resultados da pesquisa, publicados na revista PNAS, indicaram que a proteína recombinante é estável em diversas condições físicas e não causa irritação ou inflamação. Além disso, a proteína não induz a activação e divisão de linfócitos humanos, o que poderia aumentar o risco de entrada do vírus, em vez de prevenir a sua transmissão, já que os linfócitos são os seus alvos.
Fonte:biologia-geologia.com
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