terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Metade do genoma de mamute decifrado

Ainda restam lacunas, mas proximidade ao elefante é evidente.

Uma equipa de cientistas anunciou quarta-feira ter conseguido decifrar cerca de metade do genoma do mamute (Mammuthus primigenius), extinto no fim da última era glacial, há aproximadamente onze mil anos. A sequeciação foi feita com base no DNA encontrado em pêlos de dois mamutes fossilizados, preservados no gelo siberiano durante milhares de anos. Segundo a Nature, que publica o trabalho, ainda restam algumas lacunas importantes no genoma, mas os dados obtidos já seriam suficientes para realizar uma comparação genética entre o mamute e seu parente vivo mais próximo, o elefante.
As duas espécies são tão semelhantes que os seus respectivos DNA diferem em apenas 0,6 por cento, metade da distância entre o genoma humano e o genoma dos primatas. "Estamos a fazer a sequência de fragmentos aleatórios e acreditamos já ter 50 por cento do genoma decifrado. Ainda não sabemos o tamanho total do genoma", disse por telefone à France Press o co-autor do estudo, Webb Miller. A técnica de obtenção do DNA por meio dos pêlos representa um grande passo em relação aos métodos utilizados antes, que extraíam o ADN do tutano do osso fossilizado dos esqueletos, que costuma estar seriamente danificado. O pêlo possui queratina, que protege o DNA. Os dois fósseis de mamutes utilizados pelos cientistas morreram há mais de 20 mil anos.

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