Eczema atópico não é uma doença exclusiva das crianças
Apesar de ser mais frequente nas crianças, o eczema ou dermatite atópica pode persistir ou até mesmo surgir pela primeira vez durante a idade adulta, afectando significativamente a qualidade de vida dos doentes. Existe formas de eczema atópico gravissimos em adultos, mas a maior parte dos casos verifica-se nas crianças, que com a entrada na adolescência melhoram substancialmente.
Por eczemas ou dermatite atópica estende-se uma manifestação inflamatória crónica da pele determinada de forma genética. No fundo, é uma espécie de asma da pele, ou seja, faz parte da diátese atópica, uma vez que as crianças com tendência para rinite alérgica e asma têm uma maior predisposição para a pele seca.
Apesar de não ser uma doença infecciosa, a infecção secundária das lesões é frequente, sendo que numa fase inicial a doença manifesta-se essencialmente através de uma maior secura da pele, acompanhada por vermelhidão, pequenas borbulhas e também comichão sobretudo ao nível do rosto, do tronco e da superfície de extensão dos braços.
As zonas do corpo mais afectadas são, em regra, as bochechas, no caso dos bebés e as pregas dos braços e pernas nas crianças mais velhas, existindo também algumas formas localizadas da doença, nomeadamente nas pálpebras, nos lábios ou nas pontas dos dedos.
Em rigor, o eczema atópico pode surgir em qualquer área corporal e, eventualmente, na forma mais grave da doença, atingir a pele a 100 por cento.
Apesar desta patologia não ter cura, os doentes podem ter remissões muito prolongadas e estar assintomáticos por longos períodos, eventualmente até anos, isto se forem seguidos por uma especialista.
Como referimos em cima, esta é uma doença que não tem cura, mas é fácil de controlar, nomeadamente através de uma boa hidratação da pele com cremes de hidratação tópica.
Contudo, por volta dos 13 ou 14 anos de idade, os jovens deixam gradualmente de ter uma pele tão seca, com tantas crises, o que faz com que esta normalize, embora fiquem quase sempre com alguma tendência para uma pele um pouco mais seca e mais sensível.
Quando se manifesta na idade adulta, esta patologia pode afectar significativamente a qualidade de vida dos doentes, que podem ter crises frequentes e muito demoradas. Além disso, o prurido interfere com o sono e com a auto-imagem de cada um, condicionando bastante a vida social destes doentes.
Em Portugal, estima-se que a dermatite atópica afecte cerca de 10 por cento das crianças, sendo a doença crónica mais frequente durante o primeiro ano de vida, acabando por desaparecer na maior parte dos casos. No entanto, quando se manifesta numa fase mais tardia, a doença tende a persistir durante mais tempo.
Como controlar o eczema atópico:
- Hidratação diária da pele;
- Evitar tomar mais do que um banho por dia, que deve ser rápido, com água morna e usando sempre sabonetes próprios, normalmente sintéticos, com substâncias que respeitam o PH da pele;
- Uso de roupa de algodão, tendo particular atenção ás etiquetas, evitando as lãs e os materiais sintéticos;
- Evitar vestir roupa nova sem antes a ter lavado;
- Evitar o sobreaquecimento das casas, nomeadamente dos quartos;
- Arejar a casa com frequência;
- Utilizar almofadas e colchões de espuma;
- Evitar que as crianças brinquem com brinquedos de pelúcia ou de plástico.