Os linfócitos T são glóbulos brancos produzidos no timo, um órgão situado sobre o coração, que combatem infecções e cancro. Contudo, estas células podem também ter efeitos indesejáveis, sobretudo se atacarem as próprias células do organismo.
Enquanto que um dos factores produzidos por estas células, o Interferão-gama, é importante no combate a vírus e a tumores, o outro, a interleucina-17, apesar de também estar envolvido na resposta às infecções, tem efeitos maléficos e está na base de doenças inflamatórias e auto-imunes, como a diabetes ou a esclerose múltipla.
O que distingue estas duas populações é um receptor, designado CD27, que está na superfície das células e lhes transmite sinais que recebe do exterior.
Os investigadores conseguiram manipular esse receptor de forma a controlar a geração das duas populações de linfócitos T.
Dadas as funções distintas das duas populações de células este conhecimento poderá ter importantes aplicações terapêuticas.
O processo que identificaram funciona como uma reeducação das células T dos ratinhos e abre perspectivas na imunoterapia de doenças inflamatórias e auto-imunes.
Apesar deste trabalho ter sido realizado em modelos de experimentação animal, Bruno Silva-Santos o responsável pela equipa de investigação garantiu dispor de evidências preliminares da conservação destes fenómenos nos seres humanos.
Por isso, referiu que a investigação futura da sua equipa "irá analisar o potencial de aplicação destes conhecimentos em células humanas".
O estudo contou com a colaboração do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), ao qual esta equipa do IMM está associada, bem como de investigadores estrangeiros nos Estados Unidos, Holanda e Reino Unido.
Fonte: www.sic.pt
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